sexta-feira, 28 de setembro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 11)

Nos restantes dias que se seguiram até ao final da semana, aproveitaram todos os momentos ao máximo e sempre juntos. A sintonia entre os dois tornara-se evidente e nem sequer queriam pensar como seria depois de regressarem as suas casas. Tiago tinha abandonado a Pensão em que se tinha alojado e a convite de Madalena mudou-se para a Mansão.
Chegou finalmente o dia crítico que ambos não queriam que chegasse, era preciso fazer as malas partindo para as suas vidinhas do dia-a-dia. Fizeram promessas que não se iriam perder, estariam sempre em contacto e também que tentariam resolver a melhor maneira de se encontrarem para poderem ficar juntos.
Fizeram o trajecto sempre um atrás do outro, sempre com brincadeiras pelo caminho, ultrapassagens um ao outro, acelerações bruscas a ver quem andava mais depressa, de vez enquanto punham-se lado a lado e atiravam beijos e piropos um ao outro, até ao limite do caminho que os ia separar. Moravam a cerca de 30 km de distância um do outro, Madalena em Mindelo e Tiago em Vila Nova de Gaia. Como vinham de norte, a entrada para Mindelo marcava o local que teriam de seguir rumos diferentes mas Tiago tinha combinado com Madalena que entraria também por lá, ainda iriam almoçar e depois é que seguiria na direcção do Porto até sua casa.
Findo o almoço assim foi, teve lugar a despedida.
- Liga-me mal chegues a casa, quero saber se chegaste bem – disse Madalena - até parece que já estou com saudades tuas e ainda não te foste embora.
- Sim querida, não te preocupes que ligarei – disse num tom meio sorumbático porque era um momento triste aquela separação depois de dias tão felizes – adoro-te muito!
E deram um beijo longo cheio de sentimento, partindo ambos para suas casas.

------Trecho escrito por Paula Costa em 28.09.2007 --------(continua)----------

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 10)

Viram-se finalmente sozinhos e sem ninguém à vista para os impedir daquilo que sonhavam há alguns dias. Estavam ambos sedentos de desejo e mostraram logo de inicio essa sede porque não se largavam. Madalena pegou-lhe pela mão e conduziu-o de imediato ao seu quarto. Os abraços, as carícias, os beijos, não cessavam e os gemidos dos dois demonstravam que se desejavam mutuamente. Naquele momento Tiago já nem pensava que ela era casada e estava a cometer um erro, queria era desfrutar do momento e uma mulher daquelas não se podia desperdiçar por nada. Fizeram amor horas a fio e acabaram depois por adormecer juntos bem agarradinhos, esgotados. Nem se lembraram do almoço, quando despertaram já eram cerca das 17 horas. Madalena acordou primeiro e viu que não tinha sido um sonho, tinha acontecido realmente. Olhou o relógio e reparou que já estava a meio da tarde. Passou a sua mão pelo rosto de seu companheiro e Tiago abriu o sobrolho vendo Madalena a sorrir para ele.
- Que fome Tiago, tenho o estômago colado às costas – e deu uma valente gargalhada – vamos comer algo à cozinha ou tu não tens fome?
- Nem me fales, depois daquela maratona o que achas? – disse Tiago também acompanhando à gargalhada e espreguiçando-se depois de acordar.
Vestiram somente uns robes que existiam ali já para estes percalços e desceram a escadaria até à cozinha para comer qualquer coisa que havia já sido preparado anteriormente pela empregada. Em todo este tempo que permaneciam juntos não paravam os piropos, os beijinhos e as carícias, entendiam-se às mil maravilhas. Findo este almoço que já era lanche, deslocaram-se para o local da piscina, aconselhado por Madalena, e esticaram-se na relva a apanhar sol, como Deus os deitou a mundo. Era uma propriedade privada e longe de olhares alheios, podiam estar à vontade naquele local que não eram vistos por ninguém. O dia estava muito quente, um sol radioso a convidar a um banho de piscina. A água estava morna e nem esperaram fazer a digestão, desfrutando juntos daquela maravilha. Também brincaram na água sem tabus, pareciam dois adolescente que já se conheciam há imenso tempo. Depois de alguma serenidade nas brincadeiras começaram a clarificar as ideias e Tiago, o mais arredio neste tipo de relações proibidas, ficou mais sério e virou-se para a sua companheira dizendo:
- E agora Madalena, como vai ser daqui para a frente?
- Por mim continuamos a encontrarmo-nos, adorei estar contigo, tu não queres?
- Lógico que quero, mas existe o teu marido!
- E depois? Ele não precisa saber – disse sem rodeios.
- E vai ser sempre assim, tudo às escondidas? Eu quero mais que isso, quero que sejas só minha.
- Vamos dar tempo ao tempo e ver a melhor maneira, não precipitemos as coisas já Tiago, está bem?
Ele concordou e continuaram aquele resto dia juntos sem pensar mais no assunto.
Madalena habituada a já ter outros casos, mais um não fazia diferença, o seu marido nunca precisava saber. Mas com Tiago estava a tornar-se diferente, não era só sexo mas havia mais qualquer coisa que também a fazia querer ficar só com ele, mas não queria precipitar-se, aquele relacionamento era muito recente e tinha que estudar melhor se as coisas continuavam a funcionar bem e para mudar tinha de ser para uma coisa segura, dado no momento, ter tudo o que precisava e abundantemente.

------Trecho escrito por Paula Costa em 19.09.2007 --------(continua)----------

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 9)

O marido de Madalena permaneceu na Vila mais 2 dias para desespero dela. A ansiedade de se encontrar com Tiago era cada vez maior, mas não podia fazer nada porque Sérgio não descolava dela seja lá para onde se deslocasse. Só conseguia enviar de vez enquanto uma sms ou fazer uma ligação rápida para dizer que ainda não tinha sido possível o encontro de ambos mas que a vontade era imensa e mal pudesse iria ter com ele. Chegou finalmente, terça-feira ao fim da tarde, um telefonema da empresa de seu marido dando-lhe conhecimento de que o esperavam para uma reunião importante na quarta-feira pelas 14h, pelo que teria que arrancar dali pela manhã.
Já Tiago passou esses dias sozinho a conhecer a Vila, a descansar e a ler, mas sempre com a cabeça direccionada para Madalena, não conseguia abstrair-se dela. Era quarta-feira e começava a pensar que provavelmente o seu marido iria passar a semana toda com ela e ele não teria nenhuma hipótese de desfrutar o resto dos dias na sua companhia. Umas férias que tinha escolhido para descansar e longe dos negócios estavam a parecer-lhe enfadonhas devido à ansiedade que sentia e ao mesmo tempo não o queria sentir, não era esse o objectivo daquela escapadela.
Encontrava-se a tomar o pequeno-almoço, cerca das 10,30h, quando toca o seu telemóvel. Pensou logo que poderia ser ela e disso logo se certificou, atendendo ansioso.
- Bom dia Madalena, então já há novidades?!
- Bom dia! Sim, meu marido já foi embora, partiu há cinco minutos, vim logo ligar-te, quero ver-te! – disse-lhe sem lhe perguntar se era também esse o seu desejo, a sua vontade era como uma ordem, quando queria algo nem o questionava, fazia!
- Eu também o quero muito, como fazemos?
- Dispensei os criados, dei folga à Camila para tratar do Gervásio e portanto espero-te aqui em casa. A que horas podes vir?
- Estou ainda a tomar o pequeno-almoço e mal me despache irei de seguida! Em meia hora encontras-me aí. Beijinhos e até já!
O semblante de Tiago mudou completamente, andava carrancudo e de mau humor e mal terminou aquele telefonema o seu rosto iluminou-se, o seu corpo ficou mais enérgico, cheio de pressa em tudo o que fazia para chegar mais depressa a casa da sua amiga. Antes de sair de casa vestiu uma roupa adequada que o fazia sentir mais senhor de si, olhou-se no espelho e gostou de se ver e partiu rumo aquele encontro que não lhe saia da cabeça desde sábado passado.
Madalena também quis impressionar e mal terminou a ligação correu a produzir-se para o esperar. Vestiu um vestido branco de seda muito leve e curto, com um decote bem acentuado e que prendia nos ombros com umas alcinhas bem fininhas. A langerie que escolheu era de alta qualidade e muito elegante, dum tom branco pérola, que lhe realçava todas as suas belas formas. Perfumou-se suavemente sem exagerar e maquilhou-se levemente, dado que sabia que era uma mulher bonita e não precisava de tantos esquemas para alterar a sua beleza natural. Estava pronta! Um nervoso miudinho acompanhava-a e não parava de olhar o relógio, até que sentiu um carro aproximar-se e esperou que tocassem no portão para se certificar que era ele. O seu coração acelerou mais quando ouviu a campainha e accionou o comando para que se abrisse e Tiago pudesse entrar. Ele aproximou-se da casa, viu-a à porta a olhar sorridente, estacionou e saiu ao seu encontro também super sorridente. Não sabia ainda muito bem como seria o cumprimento entre ambos mas mal chegou perto dela, Madalena enlaçou os seus braços no seu pescoço e deu-lhe um beijo escaldante na boca ao que ele correspondeu sem entraves.

------Trecho escrito por Paula Costa em 14.09.2007 --------(continua)----------

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 8)

Disfarçou bem o seu mal-estar e colocou um belo sorriso, cumprimentando o seu marido com um longo abraço e um beijo carinhoso.
- Que boa surpresa querido! É bom ter-te aqui assim sem contar, já tinha saudades tuas. Vais ficar muito tempo pela Vila?
- É para veres como o teu maridinho te adora e te faz lindas surpresas – e estendeu-lhe a mão que transportava uma pequena caixa com um lindo laçarote – toma, nunca me esqueço de ti meu amor! Ainda não sei quantos dias ficarei, tudo depende duns certos telefonemas, já sabes como são os negócios.
Madalena abriu o presente e verificou tratar-se duma linda jóia, um colar de ouro muito bonito e com pedrinhas de esmeralda. Sérgio tinha sempre um gosto apuradíssimo e sabia muito bem do que ela gostava, todas as vezes que estava para fora, sua esposa era sempre presenteada com algo para sanar a sua ausência permanente.
- É muito lindo, adorei – e pediu-lhe para a ajudar a apertar o colar atrás quando o experimentou no pescoço.
Depois de colocarem os assuntos em dia, de falarem de tudo o que se tinha passado na ausência dele, foram jantar e mais tarde recolheram-se no quarto. Madalena estava desconsolada mas não podia deixar transparecer que isso se viesse a notar e colocou uma postura credível aos olhos de seu marido de como estivesse muito saudosa.
Também Tiago, já na pensão, passou aquela noite meio entristecido, depois de imaginar tudo o que poderia ter acontecido. Mas ao mesmo tempo sentia que tinha recebido um sinal para não se ter passado nada, poderia meter-se em trabalhos.
As suas malas foram entregues depois do jantar, provavelmente Madalena não teria tido oportunidade de dar antes essa ordem para que o marido não percebesse.
No dia seguinte havia uma certa ansiedade, tanto em Madalena como em Tiago, esperavam ambos poder contactar-se o mais depressa possível. Tiago não poderia fazê-lo, só lhe restava aguardar. Já Madalena esperava uma aberta de seu marido que não descolava dela nem por um minuto. Aconteceu que a meio da manhã ele foi tomar um duche e ela desapareceu de repente do quarto para ligar a Tiago.
- Bom dia Tiago, desculpa ontem, mas eu não podia fazer nada como deves compreender. Mas eu preciso ver-te, tenho de arranjar uma maneira, espero que o queiras também!
- Bom dia Madalena, lógico que também quero, ontem conseguiste deixar-me louco. Espero que o consigas brevemente.
- Sim, vou fazer de tudo, espera até lá que entro em contacto. Um beijo delicioso e até breve, tenho de desligar.
- Um beijo grande, liga rápido!

------Trecho escrito por Paula Costa em 10.09.2007 --------(continua)----------

terça-feira, 4 de setembro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 7)

E naquela mesa de esplanada a aproximação das suas mãos ficou mais perto e já haviam toques e brincadeiras que surgiam no meio da conversa animada que mantinham. Ficaram cada vez mais desinibidos e já se ouviam elogios de parte a parte e de como estavam a gostar de passar aqueles momentos juntos. De repente olharam-se mais fixamente e a aproximação dos seus rostos diminuiu acabando num beijo escaldante a que nenhum conseguiu resistir, entregando-se totalmente. Suas mãos já não paravam e as carícias eram cada vez mais intensas, mas contidas devido ao local a que se encontravam. As suas mentes já só pensavam em abandonar o mais depressa aquele bar e irem para um sítio mais recatado, ao que ambos concordaram. Tiago pagou a conta e quando se preparavam para sair o telemóvel de Madalena tocou e ela verificou ser o seu marido, que pensava encontrar-se em Itália nesse momento. Tinha de atender, podia ser importante.
- Olá querido, passa-se alguma coisa?
- Tenho uma surpresa, adivinha onde estou? – disse Sérgio, seu marido.
- Não estás em Itália? Disseste que estarias por lá duas semanas! – disse admirada.
- Mudança de planos, o negócio ficou adiado e voltei mais cedo, estou em nossa casa aqui na Vila, quis fazer-te uma surpresa mas não te encontrei em casa, onde estás?
Madalena ficou branca, aquela surpresa não era nada bem vinda no momento, depois do que estava tão perto de acontecer. Ficou deveras contrariada com a situação, mas teve de disfarçar ao telefone.
- Estou aqui numa esplanada da praia com uma amiga a tomar um copo e a passar um pouco o tempo, não adivinhava que irias chegar tão cedo, mas vou já ter contigo querido, até já – e desligaram.
Tiago ouviu tudo e também ele ficou desconsolado com aquele incidente de percurso, já imaginava outro cenário para aquele fim de tarde e a chegada repentina do marido dela conseguiu deitar por terra um escaldante e proveitoso final do dia a que ambos já tinham começado a magicar. Madalena explicou a Tiago o que se passava e que já não poderiam continuar juntos por mais tempo, passando-lhe a mão pelo rosto como que a pedir desculpa. Mas mais dias se seguiriam e iriam arranjar maneira de terminar o que estava predestinado acontecer. Entretanto, não poderia dizer ao marido que ele tinha ficado lá em casa porque era bastante ciumento e embora desconfiasse de muitas das andanças dela, dado Madalena ser uma mulher imensamente bonita, não admitia saber das suas aventuras, ainda por cima se desse de caras com um homem tão interessante na sua frente como era Tiago. Então disse-lhe que mandaria entregar as suas malas, que ainda se encontravam no quarto que pernoitou, mal pudesse e na Pensão Vilar do Paraíso.
Embora entristecido, Tiago acatou esta decisão, deixou a sua companheira perto de casa, deu-lhe um beijo e partiu rumo ao local que já estava reservado.
Já Madalena foi de encontro ao seu marido, que lhe tinha conseguido estragar um belíssimo fim de tarde e que se previa super excitante.

------Trecho escrito por Paula Costa em 04.09.2007 --------(continua)----------