terça-feira, 28 de outubro de 2008

Conto 4 - "Um Conto Rimado" - Parte 4


No dia seguinte Gonçalo quis se produzir,
Queria causar muito boa impressão,
Um futuro melhor queria construir,
E Laura estava presente no seu coração.

Foi trabalhar de manhã com a cabeça na lua,
Às 13 horas queria estar no local marcado,
Para a tarde arranjou quem o substitua,
Depois do almoço seria como um dia feriado.


Chegaram praticamente ao mesmo tempo,
Ambos pareciam ansiar por aquele almoço,
Chegaram antes, não houvesse contratempo,
Mais vale chegar cedo e não haver alvoroço.

Laura apareceu deveras fascinante,
Gonçalo ficou ainda mais apaixonado,
Juntos faziam um casal brilhante,
A quem deitavam um olho arregalado.

Foram almoçar com animosidade,
E combinaram a seguir ir passear,
Havia muita coisa que era novidade,
Que queriam saber e desvendar.

Laura notou o interesse de Gonçalo,
Mas o ser casado colocava-lhe travão,
Gostava dele mas seria um abalo,
Se viessem a saber dessa situação.

Gonçalo disse que não era feliz,
Um filho não resolve uma união,
Podia sempre vê-lo, é sua raiz,
Mas o divórcio era a solução.

Se ela estivesse disposta a arriscar,
Era nítido que se entendiam bem,
Experimentavam uns tempos namorar,
E mais tarde podiam ir mais além.

À praia decidiram ir passear,
Caminharam no passadiço de madeira,
Deram as mãos e foram a conversar,
Horas a fio e sempre na brincadeira.

Sentaram-se na areia a dada altura,
Olharam-se seriamente e com ternura,
Suas bocas colaram-se com doçura,
Era o primeiro passo daquela loucura.


Paula Costa - 28.10.2008...(continua...)

domingo, 26 de outubro de 2008

Conto 4 - "Um Conto Rimado" - Parte 3


Ao chegar a casa teve discussão,
Já era de prever dada a hora tardia,
Disfarçou inventando uma situação,
Que seu carro tivera uma anomalia.

A esposa ficou muito desconfiada,
Já não acreditava no seu marido,
O que a deixava mais indignada,
Era o seu ar de comprometido.

Chorou baixinho desesperada,
Seu casamento não tinha remédio,
A separação parecia esperada,
Até quando aguentaria esse tédio?

Sabia que seu filho é que o prendia,
E era nele que tentava se segurar,
Andava a ver se um milagre surgia,
Mas sem esperança de o voltar a amar.

Já não tinha soluções para o agradar,
Pois nem ela já sentia essa vontade,
A monotonia acabou por degradar,
O amor inicial e até a sua amizade.

Teria de esperar por melhores dias,
Quem sabe as coisas podiam mudar,
Já nada lhe trazia grandes alegrias,
Mas queria ter esperança e sonhar.

Há meses que já não se tocavam,
Ainda dormiam juntos por imposição,
Estava certo que já não se amavam,
Um dia terminaria esta situação.

Não faziam programas aos pares,
Tentando não demonstrar a ninguém,
Nem ao filho, nem aos seus familiares,
É assim que o casamento ainda se mantém.

Paula Costa - 26.10.2008...(continua....)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Conto 4 - "Um Conto Rimado" - Parte 2


Laura também se surpreendeu,
Não esperava voltar a ver Gonçalo,
Tinha-o perdido na altura do liceu,
Mas nunca o esqueceu nesse intervalo.

Houve um abraço cheio de sentimento,
Nos seus olhares cintilava satisfação,
A saudade sentiu-se nesse momento,
E o reencontro foi cheio de emoção.

Sentaram-se à mesa de um bar,
Quiseram saber tudo de suas vidas,
Com curiosidade não paravam de falar,
Reviveram muitas cenas esquecidas.

Quando Laura soube que era casado,
Baixou a cabeça e seu olhar entristeceu,
Mas passado tantos anos era esperado,
Também ela já foi mas o marido morreu.

Os números de telefone foram anotados,
Não queriam se perder novamente,
E um novo encontro foi agendado,
Num local calmo e com menos gente.

As horas naquela noite pareciam voar,
Gonçalo não queria exceder o tempo,
Em casa teria sermão ao demorar,
E exigidas explicações pelo passatempo.

Daquela noite tiveram de se despedir,
Embora a vontade não fosse nenhuma,
Mas outra oportunidade estava p’ra vir,
No dia seguinte para almoçar há uma.

Paula Costa - 24.10.2008..........(continua...)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Conto 4 - "Um Conto Rimado" - Parte 1


Gonçalo é um grande sonhador,
Que já não se contenta com o que tem,
Sempre em busca do verdadeiro amor,
Percorre caminhos para se sentir bem.


Casado com Joana há cerca de 15 anos,
Construiu um lar e tiveram um filho,
Mas neste percurso também houve danos,
Pois tanta monotonia tinha de dar sarilho.

O afastamento tornou-se mais evidente,
Já era um viver sem grande entusiasmo,
Novas vivências estavam em sua mente,
Queria a todo o custo sair deste marasmo.

Só seu filho o prendia ao casamento,
Era a sua alegria naquele meio sem cor,
Mas não podia continuar em sofrimento,
Queria ter um futuro muito mais animador.

Começou aos poucos a sair com amigos,
E as discussões em casa aumentaram,
Refugiava-se então em outros abrigos,
Assim divertia-se e não o massacravam.

Numa dessas escapadelas de casa,
Encontrou uma amiga de longa data,
Que o entusiasmava e arrastou a asa,
Mas perdeu-lhe o rasto, sorte ingrata.

Mal a viu, seu coração bateu forte,
Foi de imediato ao seu encontro,
Nesse dia sentiu-se com muita sorte,
Como seria este novo reencontro?

Paula Costa - 23.10.2008 ...(continua...)