quinta-feira, 30 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 6)

Passaram quase toda a noite no Hospital e depois de longas horas de espera, conseguiram ter notícias através da doutora que assistiu Gervásio, a Dr.ª Cristina. Camila era a mais preocupada, dado Gervásio ser o seu marido.
- Então senhora doutora, como se encontra o meu marido?
- Descanse, já está tudo bem, teve uma paragem cardíaca mas agora está tudo normalizado, amanhã já deve ter alta. Agora podem ir para casa e amanhã aparecem por cá para o vir buscar se continuar tudo bem, só passa a noite ainda no hospital por precaução. – disse a Dr.ª Cristina.
Obedeceram às sugestões da doutora e partiram rumo a casa, eram já 6h da manhã. Se o dia já tinha sido cansativo para Madalena e Tiago, depois de mais este incidente, estavam de rastos e seus corpos pediam mesmo descanso. Aquelas tentações anteriores desvaneceram-se e foram cada um para seu quarto dormir, extasiados.
Seria perto do meio dia que Tiago despertou e tentou escutar se já se ouvia algum som vindo do quarto de Madalena, não sabia como agir, se deveria esperar que o despertassem e lhe batessem na porta ou se sairia do quarto e ver se o esperavam na sala ou cozinha para o pequeno almoço. Decidiu aguardar mais um pouco até ouvir qualquer coisa.
Começou a ouvir passos e passado um pouco Madalena bateu no quarto de Tiago, dado já ter ouvido o som da televisão ligada.
- Bom dia Tiago, dormiste bem depois de toda aquela azáfama? – indagou Madalena.
- Bom dia, caí que nem uma pedra, estava super cansado! Só acordei mesmo há uns minutos atrás, estava à espera de ouvir alguém.
- E fominha há? Vamos ao pequeno-almoço? Já são quase horas do almoço mas como só acordamos agora, vamos ficar com as refeições meias trocadas.
- Vamos lá, já cá mora um ratito – e deu uma piscadela a Madalena.
E desceram até à cozinha onde já os esperava um farto pequeno-almoço preparado por Camila, que ainda se lhe notava os olhos inchados de tanto ter chorado pelo que aconteceu ao seu marido.
Trocaram ideias enquanto comiam e combinaram ir de seguida a uma oficina ali perto, de que Madalena era conhecedora, e arranjar um mecânico que os acompanhasse até ao seu carro que se encontrava avariado. Rapidamente o assunto ficou resolvido e cerca das 16h da tarde, o seu carro já se encontrava consertado e à porta de sua casa.
Devido ao pequeno-almoço tardio, saltaram uma refeição e deslocaram-se a uma esplanada para lanchar sugerida por ela – como tinha antes mencionado a Tiago, seria sua guia por aquelas andanças.
A aproximação de ambos era cada vez maior e a atracção e vontade de algo mais também morava nas suas cabeças. Os seus olhares cruzavam-se com mais intensidade e Tiago não estava a conseguir controlar a resistência que ainda lhe fazia por ela ser casada. Já Madalena o tentava seduzir cada vez mais, o ser casada não era nenhuma barreira, quando queria alguma coisa, agia sem problemas e tirando todo o proveito.

------Trecho escrito por Paula Costa em 30.08.2007 --------(continua)----------

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 5)

Deitou-se sobre a cama e aquelas palavras martelavam-lhe a cabeça – só eu te poderei “servir” se precisares – o sono não aparecia e sim só a imagem de Madalena, sedutora. Que deveria fazer? Aquele pedaço de mau caminho era muito tentador, mas era casada, nunca quis nada com casadas, não fazia parte da sua maneira de ser, mas que estava muito reticente, era verdade. Que poderia engendrar para a chamar, não queria ser directo demais mas a vontade estava a ser mais forte que a sua cabeça sempre a dizer que não deves. Levantou-se, caminhou pelo quarto a pensar. Encostou a cabeça na parede e tentou ouvir algo do outro lado da parede e percebeu que Madalena estava acordada, ouvia-se sons, passos e deveria ter a televisão ligada. Algo caiu ao chão porque se ouviu um grande estrondo. Tiago pensou logo que ela estava a fazer de propósito para o chamar e aproveitou esta oportunidade para lhe bater na porta e perguntar o que se tinha passado. Ela foi abrir a porta e apareceu numa langerie super sensual de cor vermelha, deixando-o louco de prazer ao avistar aquele monumento. Tinha um corpo deslumbrante.
- Passa-se algo Madalena? Ouvi um barulho enorme e vim ver o que era.
- Não te preocupes, fui eu a andar aqui pelo quarto quando fui ao WC que fui contra aquela mesinha ali e deitei abaixo o abajour, nada que não se possa trocar por outro. Olha, é o que faz não ter sono e andar aqui sozinha a passear pelo quarto – e olhou-o com um ar convidativo para que ele se oferecesse para lhe fazer companhia.
- Engraçado que eu também não tenho sono nenhum, não sei se foi da nossa conversa e do que se passou que não me consigo abstrair e estas emoções provocam-me insónia.
- E se entrasses e visses um pouco de televisão comigo? Quem sabe se chega o João-pestana? – e riram ambos às gargalhadas.
Quando ele se preparava para responder e aceitar aquele convite provocador, ouve-se Camila aos gritos pela escada acima e a chamar:
- Minha senhora, socorro, ajude-me por favor! O Gervásio teve um ataque e desmaiou, não consigo acordá-lo, penso que pode ter sido um enfarte porque ele sofre do coração.
Madalena foi rapidamente vestir uma roupa que estava mais à mão e Tiago fez o mesmo, predispondo-se logo a ajudar dizendo que levaria Gervásio ao Hospital e seguiram de imediato e a toda a velocidade, deixando de lado todas aquelas tentações que ainda iriam provocar estrago … ou talvez não.

------Trecho escrito por Paula Costa em 27.08.2007 --------(continua)----------

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 4)

O mordomo esperava à porta para o levar à garagem, quando Madalena, ainda na ombreira da porta se atreveu a propor:
- Tiago, pensando melhor, porque não passa aqui a noite e amanhã ajuda-me com o mecânico, existe vários quartos de hóspedes sempre prontos. Faz-me essa vontade?
Tiago hesitou, mil imagens lhe passaram pela cabeça, cada qual mais agradável que a outra. Desejoso por aceitar ainda respondeu reticente:
- Ora, não quero incomodar e sempre posso voltar amanhã.
- Insisto! – disse Madalena.
- Está bem aceito! - subindo novamente a escadaria de acesso à entrada principal do casarão.
- Gervásio, o senhor já não vai sair, pede à Camila que prepare o quarto de hóspedes do 1ºandar junto ao meu!
Madalena quando teve Tiago ao seu alcance deu-lhe a mão e conduziu-o novamente à sala de estar.
Sentou o seu convidado num amplo sofá junto à lareira, agora apagada, dirigiu-se a um móvel junto a uma janela, colocou um CD de música clássica e dirigiu-se ao sofá, sem antes pelo caminho ter tocado uma sineta. Sentou-se junto de Tiago e perguntou se era servido de um whisky ou um conhaque.
- Muito obrigado! - disse Tiago - aceito um conhaque.
- Gervásio, por favor um conhaque para o meu amigo e para mim um xerez, e vais ligar para a pensão…! – e virando-se para o seu amigo – Tiago, qual é a pensão em que se vai hospedar?
- É a pensão Vilar do Paraíso.
Voltando-se novamente para o mordomo continuou – liga para a pensão Vilar do Paraíso e avisa que o senhor Tiago só dará entrada amanhã.
O relógio avançava rapidamente, já eram 23.45h, estavam ambos cansados da viagem, no entanto a conversa estendeu-se noite dentro. Preocupada por ser tão tarde, chamou o mordomo e perguntou se o quarto do Sr. Tiago já estava preparado, ao que o mesmo respondeu afirmativamente. Então ordenou que ele e Camila se fossem recolher, que ela mesmo acompanharia o Sr. Tiago ao quarto.
- Muito boa noite senhora e senhor – disse cortesmente o criado.
- Boa noite Gervásio.
- Tiago, continuando a nossa conversa, dizia que vinha descansar estes dias, tem algum itinerário programado?
- Não, eu gosto de descobrir o desconhecido, uso um local como base e depois desloco-me na região descobrindo o que de mais interessante tiver esse local para oferecer, procuro bons locais para comer, monumentos, exposições, bibliotecas, etc., e assim passo o tempo.
- Estou tentada a oferecer-me como sua guia, pois eu conheço bem estas paragens ao redor, aceita?
- Tenho todo o gosto, assim podemos aproveitar melhor o tempo, tirando proveito destes lugares, que eu acredito irão ficar mais lindos ainda na sua companhia, só tenho a impressão que não vou dar tanta atenção ao que iremos visitar pois a sua presença vai me distrair nesse sentido.
- Ora, vamos aproveitar e bem, acredite.
- Vamos subir? – disse Madalena.
- Porque não, já se faz tarde.
Subiram ao 1º andar, cruzaram vários corredores, e finalmente Madalena diz:
- Aqui é o teu quarto e gostava que nos tratássemos por tu, não te importas pois não? – Sorriu-lhe e obteve logo o seu consentimento.
Abriu-lhe a porta e pôde observar-se um lindo quarto estilo clássico, onde já se encontravam as malas que trazia no carro, uma ampla cama com dossel, um sofá ao fundo da cama, amplos roupeiros, tapetes de pêlo alto e fofo, tudo muito convidativo. Tiago agradeceu e desejou uma boa noite a Madalena, que dirigindo-se para a porta de saída ainda disse:
- O meu quarto é aqui mesmo ao lado, se precisares de alguma coisa é só chamares.
- Muito obrigado, acredita que se precisar irei bater-te à porta do quarto.
- Espero que precises – rematou Madalena já a cruzar a porta e olhando por cima do ombro, oscilando as ancas em tom provocatório – os criados moram fora da casa, estamos sozinhos, só eu te poderei “servir” se precisares – disse em tom mais irónico.
A noite promete, pensou Tiago...

------Trecho escrito por Américo Ribeiro em 23.08.2007 --------(continua)-----

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 3)

Conversaram animadamente e deram-se a conhecer melhor, ficando o clima inicial, que era um pouco tenso, muito mais leve e descontraído. Tiago também foi interrogado sobre a sua situação actual, ao que respondeu que era divorciado há 2 anos e tinha um filho chamado Ricardo com 6 aninhos. Foi uma relação difícil e a sua ex-esposa era uma pessoa desequilibrada que não lhe facilitou o divórcio e teve de partir para o litigioso, conseguindo-o passado um longo prazo mas nos tribunais, com muitos custos e aborrecimentos.
Por sua vez Madalena contou que o seu marido teve um grave acidente há uns 2 anos atrás, que o deixou em muito mau estado, ficando meses internado, atirando-o para uma cadeira de rodas e até hoje ainda anda em recuperação fazendo fisioterapia. Mesmo assim não implicou que deixasse de lado os negócios e abandona-a por longos períodos de tempo.
Perante tal desabafo, Tiago não resistiu em perguntar:
- A Madalena é uma mulher tão bonita, como aguenta tal situação? Não tem certas necessidades …? – calou-se repentinamente, achou que estava a ir longe demais, mas completou – desculpe a pergunta indiscreta, não tem que responder, mas esta minha curiosidade leva tudo à frente e quando dou por mim já saiu – e corou um pouco.
- Não tenho problema nenhum em lhe responder, sou uma mulher muito aberta no que diz respeito a isso e não tenho vergonha nenhuma. Lógico que tenho as minhas necessidades e o meu marido sabe disso, ainda para mais porque ele ficou impotente depois do acidente, tem de ser por outras vias, entende…? Ele só me pediu que não soubesse de nada, mas claro que desconfia que tenho os meus extras, ninguém é de ferro – e lançou um olhar atrevido a Tiago que percebeu a investida.
Tiago sentiu-se observado de alto abaixo. Tinha boa figura, disso já sabia, pois foi sempre muito assediado pelas mulheres. A sua elevada estatura de 1,90m e fisicamente cuidado, de porte atlético e seu rosto de rara beleza, formavam um conjunto que não ficava indiferente a ninguém. Os seus olhos eram de um azul mar, cabelo aloirado bem curto atrás e mais comprido na frente, atraíam qualquer mulher que por ele passasse.
Madalena não lhe ficava atrás, era muito elegante e de pele morena, tinha 1,78m e um cabelo preto muito liso e longo com uma franjinha na frente. Os seus olhos, também azuis, davam ainda mais vida àquele rosto bonito. Os lábios eram bem delineados e carnudos e quando falava ou sorria mostrava uns dentes muito brancos e muito certinhos que hipnotizava quem com ela lidasse. Vestia com muito gosto e tudo lhe assentava bem, mesmo quando optava pela linha clássica ou pela linha desportiva. Maquilhava-se muito pouco e quando o fazia era sempre muito suave, só em situações mais requintadas é que se prestava a pintar-se com mais cuidado e recorria a salões de beleza apropriados.
Terminado o jantar, deslocaram-se para outra sala onde tomaram café e acompanharam com whisky, até aqui ambos combinavam. Tiago teve de pôr fim naquele agradável jantar, pois ainda não tinha passado na pensão que tinha reservado e já estava a ficar tarde.
- Madalena, adorei jantar consigo, mas já passa das 23h e ainda tenho de dar entrada na pensão. Se amanhã quiser que a acompanhe para algo que tenha a ver com o seu carro, estou à sua disposição, deixo-lhe aqui o meu cartão e contacte-me que será sempre um prazer poder ajudá-la. Vou estar por cá uma semana e também terei todo o prazer de a convidar para almoçar ou jantar como fez comigo, pois sinto-me em dívida – ocorreu-lhe dizer para voltar a ter outra oportunidade de estar com ela.
- Certíssimo, olhe que vou mesmo ligar-lhe, não dispensarei a companhia duma pessoa tão agradável e simpática como o Tiago – sorriu-lhe e foi directa à sua carteira de onde também retirou um cartão com os seus dados e lhe entregou – Então muito boa noite, foi uma noite fantástica, ainda bem que o meu carrito avariou – e ambos soltaram uma gargalhada, estenderam a mão e se despediram super divertidos.

------Trecho escrito por Paula Costa em 22.08.2007 --------(continua)----------

terça-feira, 21 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 2)

Chegaram rapidamente à Vila e Madalena deu indicações a Tiago onde ficava a sua casa para que a deixasse lá ficar. Passava das 21h, já era noite e ainda para mais numa sexta-feira, não seria possível aquela hora encontrar um mecânico que lhe fosse resolver o problema do seu carro e como teve boleia até casa não se preocupou mais em pedir a Assistência em Viagem, decidindo deixar essa tarefa para o dia seguinte de manhã. Tiago ainda lhe ofereceu o telemóvel para ela ligar a quem quisesse mas não foi necessário dado que tinha chegado a casa e o poderia fazer dali. Madalena sentiu-se na obrigação de retribuir aquele gesto e toda a simpatia que teve para com ela e convidou Tiago a jantar em sua casa, pois ele tinha perdido muito tempo e ainda teria de ir à procura de um restaurante. Tiago não resistiu e não recusou, agradecendo a amabilidade, embora meio constrangido porque não tinha nenhuma intimidade com Madalena para entrar em sua casa e sentir-se à vontade com tão linda mulher.
Mal se aproximaram da casa, Madalena indicou um portão enorme e accionou o comando que se abriu para que entrassem. De fora não se conseguia ver a casa e quando começaram a percorrer o pequeno caminho do portão até à propriedade é que Tiago descobriu que se tratava duma grande quinta cheia de arvoredo e muito bem cuidada. Ficou boquiaberto com aquela surpresa, a sua mais recente “amiga” era dona duma bela mansão e notava-se que era cheia de posses.
Madalena vendo o ar meio constrangido de Tiago, reparou que provavelmente ele teria receio de encontrar mais alguém dentro daquela casa e descansou-o dizendo:
- Não fique aflito porque além dos criados, não está cá mais ninguém, fique à vontade e sinta-se em sua casa.
Tiago disfarçou o seu nervosismo e respondeu descontraidamente:
- Obrigada Madalena, não precisava era dar trabalho e depressa encontrava um local onde jantar, até já tinha indicações dum belo restaurante que me informou um amigo. Tem aqui uma bela casa, surpreendeu-me mesmo.
- É linda sim e não dá trabalho nenhum, já me esperavam para jantar e sobra sempre imensa comida. Será um enorme prazer poder-lhe agradecer o que fez por mim e ainda por cima oferece-me a sua companhia dado que iria jantar sozinha, coisa que eu detesto.
- Desculpe a pergunta, mas a Madalena não é casada? – saiu-lhe de rajada sem pensar mas a curiosidade foi maior.
- Sou sim mas meu marido é um grande empresário e praticamente passa os dias fora do país, pouca companhia me faz e por isso fiquei super feliz de ao menos hoje ter alguém que me acompanhe no jantar, simpatizei imenso consigo e depois do trabalho que lhe dei acho que merece – e acompanhou com um sorriso que o deixou embevecido.
Estacionou o seu Mercedes na garagem que lhe indicou Madalena e entraram na mansão.
Foram recebidos pelo mordomo que se apoderou logo das malas da sua patroa, como era de sua tarefa, e lhe deu as boas vindas. Madalena encaminhou o seu convidado, mostrando-lhe alguns aposentos da casa até chegarem à sala de jantar, que já estava preparada para a receber, e deu ordens à sua empregada Camila para colocar mais um prato na mesa, que tinha um convidado naquela noite.
Se já estava surpreendido antes ao aproximar-se da propriedade, agora que entrou naquele palacete, Tiago estava pasmado, era tudo dum apuradíssimo gosto, as divisões enormes decoradas a preceito, peças valiosíssimas, nunca tinha entrado numa casa assim.
E lá se sentaram à mesa apreciando o requinte daquele jantar inesperado a dois.

------Trecho escrito por Paula Costa em 21.08.2007 --------(continua)----------

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 1)

Tiago, mal acabou o expediente naquele dia cansativo, eram já cerca das 19h de sexta-feira, e sentindo-se com o pé fora da porta, desligou de imediato o telemóvel e dirigiu-se de seguida para o seu automóvel arrancando a toda a velocidade. Começou a sentir-se cada vez mais aliviado à medida que se afastava. Entrou na Auto-Estrada velozmente, como que fugindo do stress da cidade, para se ir refugiar numa pequena Vila de que tinha ouvido falar muito bem e que imaginava que lhe daria uma semana de férias descansada, longe das confusões do trabalho da sua Empresa.
Faltariam cerca de 20 km para o seu destino, quando de repente repara num BMW preto parado com o capôt aberto e a deitar muito fumo na berma da estrada. Mas o que mais lhe saltou à vista foi a dona do alto carrão. Não poderia deixar de tentar ajudar aquela deusa, além de o ter atraído bastante fisicamente, nunca foi de deixar de prestar ajuda quando era necessário e estacionou logo à frente, dirigindo-se cortesmente à senhora que parecia aflita perante tal avaria na sua viatura.
- Boa tarde, posso ajudar em alguma coisa ou já contactou alguém e encontra-se à espera de algum mecânico? – disse Tiago.
- Ainda bem que parou, por acaso aconteceu-me isto mesmo agora, não sei o que hei-de fazer – disse em tom preocupado.
- Bem, deixe-me dar uma espreitadela no motor e ver se há algo em que possa remediar agora – e começou a pesquisar porque seria que deitava tanto fumo, dizendo logo de seguida quando se apercebeu do motivo da avaria – Tenho muita pena mas o seu carro não vai conseguir sair daqui sem a ajuda dum mecânico, está sem óleo e já aqueceu demais.
- E agora? Aqui nesta zona é complicado arranjar um mecânico e ainda por cima fiquei sem bateria no meu telemóvel para poder ligar a alguém.
- Não fique aflita, tudo se arranja e se quiser boleia para alguma povoação mais próxima eu posso muito bem ajudá-la e também lhe posso dispensar o meu telemóvel para que possa contactar alguém, temos de ser uns para os outros – disse Tiago demonstrando a sua simpatia e generosidade.
- O senhor caiu mesmo do céu, se me pudesse fazer mesmo esse favor … eu ia a caminho da Vila que fica aqui a cerca de 20 km e acontece-me isto, que azar.
- Coincidência, eu vou mesmo a caminho dessa Vila, fiz a reserva numa pensão por uma semana, pois falaram-me maravilhas desse local. E já agora, dado que aceita a minha companhia neste pequeno percurso, não me trate por senhor, sou o Tiago – e estendeu-lhe a mão – muito prazer, e a senhora é?
- Bem, falemos então nos mesmos termos, a senhora está no céu – e sorriu simpaticamente – pode tratar-me por Madalena, o prazer é todo meu.
E partiram ambos no Mercedes de Tiago até aquela pequena Vila, destino que ambos tinham optado e que lhes proporcionou aquele encontro ocasional.
------Trecho escrito por Paula Costa em 01.08.2007 --------(continua)----------