quarta-feira, 24 de outubro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 16)

Quando Tiago se encontrava já a trabalhar no dia de segunda-feira recebeu uma chamada - era Joana - não perdeu tempo nenhum.
- Bom dia Tiago, como combinado aqui estou eu a cobrar-te para que me recebas hoje em tua casa, tenho muita urgência em falar contigo, mas como estiveste fora estes dias decidi aguardar.
- Tudo bem Joana, podes passar em minha casa a partir das 21 horas, seja lá qual for o assunto, espero que seja breve porque preciso de descansar.
- Bem, mas que cansadinho que ele anda, pudera também não te dão descanso! – e deu uma gargalhada maliciosa.
- Não tens nada com isso, apareces logo e falamos mas não me venhas com histórias, até logo – e desligou sem esperar mais nenhuma resposta da parte dela.
Estava intrigado e curioso de saber que seria que lhe queria contar, tinha de ter cuidado porque Joana era ardilosa. Teria de medir bem as suas palavras e não se precipitar em lhe dar qualquer resposta sem pensar bem antes. Tudo o que pudesse fazer para ganhar tempo seria o ideal.
Todo o dia andou pensativo e aquela história não lhe saia da cabeça e nem o trabalho lhe rendia. Tinha de resolver tudo para esquecer de vez desta tramóia.
Nesse dia não se iria encontrar com Madalena e colocou-a ao corrente do que se iria passar, que depois de Joana sair de sua casa lhe ligaria logo. Pediu-lhe para não ficar preocupada e ter calma e que confiasse nele.
Chegou rapidamente a hora esperada e passavam poucos minutos das 21 horas quando Joana apareceu.
- Pontualíssima! – disse Tiago.
- É verdade, antes que fugisses de novo – e riu-se do que disse.
- Entra, senta-te e conta lá o que me queres dizer!
- És mesmo mal-educado, nem ofereces um café ou uma bebida!?
- Tudo bem, já sei do que gostas, vou servir-te um Porto! Podes ir falando!
- São dois assuntos que me trazem aqui, o primeiro: - Sabias que a tua amiga Madalena é casada? Ela deve andar a enganar-te!
- Sei muito bem e tu não tens nada a ver com isso, vamos resolver este assunto brevemente e espero da tua parte sigilo absoluto, as coisas tem de correr a bom termo e sem outros a meterem-se nisso. Pelos momentos que passamos juntos, espero de ti Joana, que consideres este pedido. Sei muito bem que conheces o marido da Madalena e já estava à espera que me atirasses isso à cara.
- Ah então a tua amiguinha conheceu-me e não disse nada, ficaram ambos caladinhos e provavelmente cheios de medinho! – e não parava de ironizar e de mandar achas para a fogueira.
- Não se trata disso, Madalena nem te reconheceu logo, só sabia que não lhe eras estranha e mais tarde recordou-se, dado que tu também a miravas duma maneira que a fez desconfiar. Só teve a certeza quando soube para quem trabalhaste quando andavas comigo. Mas qual é o segundo assunto?
- O segundo assunto, não sei se vais gostar ou não gostar, mas eu estou à espera dum filho teu, estou grávida de mais de três meses.
Tiago já sabia da história da gravidez pela rapariga de nome Patrícia que tinha falado, mas nunca calculou que Joana viesse agora à procura de um novo pai para o seu filho e que o tivesse escolhido a ele. Ficou surpreso com esta revelação e com cara de pasmo. Ao mesmo tempo tentou arranjar palavras, sem se precipitar, para tentar dizer algo sem que ela soubesse que ele já tinha tirado informações a seu respeito e que sabia da sua gravidez, mas que nem tinha a certeza de ser verdade ou se seria jogo dela com todos os que se relacionou para tirar proveito.
- Como assim se tomávamos todas as precauções? – disse Tiago.
- Eu disse-te que tomava a pílula e tu usavas camisinha mas nem sempre, lembras-te? Pois eu não te contei mas o médico aconselhou-me a não tomar mais a pílula por causa de alguns exames que fiz e nem sempre tivemos cuidado e aconteceu. Pensei que nesses dias de descuido não tivesse no período fértil, mas o certo é que aconteceu.
- Tens a certeza do que me estás a dizer Joana, eu não sei da tua vida depois de acabarmos, com quem andaste mais?
- Com ninguém, eu nunca te esqueci, nunca mais houve alguém depois de ti.
Tiago quis ganhar tempo e não disse o que sabia e falou-lhe calmamente.
- Tudo bem Joana, se for o pai isso depois vai-se saber, assumirei o meu filho concerteza, mas não esperes mais nada de mim além disso, não vou voltar para ti.
- Tenho imensa pena, continuo a amar-te como antes, adoraria formar uma família contigo Tiago.
- Vais desculpar-me mas isso nunca será possível e não é por eu ter alguém agora, as coisas entre nós nunca funcionaram e eu seria incapaz de ter outro relacionamento contigo que não seja de amizade. Agora, como te disse antes, deixa-me descansar e voltaremos a falar, pode ser?
- Claro que sim, voltarei a falar contigo quando for oportuno – disse Joana.
- Sim, estaremos sempre em contacto e se precisares de algo diz. Agora não te esqueças do que prometeste em relação à Madalena, peço-te sigilo sobre nós.
- De acordo, logo que também cumpras com os teus deveres de pai, está tudo bem – disse em tom de ameaça.
Despediram-se e Joana saiu, deixando Tiago com uma tremenda dor de cabeça.

------Trecho escrito por Paula Costa em 24.10.2007 --------(continua)----------

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 15)

O marido de Madalena voltava na próxima terça-feira e tinham três dias para arranjar uma solução e fazer calar Joana. Tiago decidiu mandar uma mensagem para o telemóvel dela a dizer que iria passar o fim-de-semana fora e só voltava na noite de domingo, pelo que só poderia falar com ela segunda-feira, tudo isto para ganhar tempo e de a manter calada este período, não fosse ela de raiva entrar em contacto com o marido de Madalena, mesmo ele permanecendo no estrangeiro.
Neste pouco tempo que tinham decidiram investigar a vida de Joana e como Tiago conhecia algumas das pessoas que se davam com ela começou a contactá-las e tentar saber o que ela fazia, com quem se movimentava e onde esteve a viver neste últimos três meses, dado que sabia que ela tinha estado fora do país, em França.
Então obteve um número de telefone duma amiga de Joana que se chamava Patrícia e que foi onde ela permaneceu quando se mudou para Paris. Decidiu ligar-lhe logo.
Ficou deveras surpreso, quando soube que Joana tinha sido expulsa de sua casa e que o motivo tinha sido por se ter metido com o namorado de Patrícia, do qual inclusive disse esperar um filho, desmascarando o rapaz na frente da namorada para obter o maior lucro possível. Como o casal também não engoliu muito aquela história, vieram a saber que Joana frequentava certos locais impróprios e que era vista imensas vezes e sempre com homens diferentes. Portanto qualquer um poderia ser pai daquela criança e pediram que depois do nascimento que ela provasse através dum teste de ADN quem era o verdadeiro pai. Perante isto, Joana desapareceu sem dar mais notícias de nada, não sabiam se ainda voltaria à carga, mas como tinham quase a certeza que tinha sido um golpe, que ela não voltaria a aparecer. O namorado de Patrícia tinha sido seduzido por Joana num dia em que a amiga estava ausente e conseguiu que ele bebesse mais que o costume para conseguir meter-se na cama com ela. Parecia ter um golpe bem estudado, mas saiu-lhe furado porque deu com pessoas mais inteligentes do que ela.
Tiago ficou a saber que afinal Joana era pior do que ele pensava, além de ciumenta, era uma golpista e teria de precaver-se e ter cuidado pelo que ela ainda poderia fazer com ele, dado que já o andava a rondar.
Madalena estava ao corrente de tudo isto e embora com medo do que ela poderia fazer, ao mesmo tempo sabiam de algo que poderiam confrontá-la e a fazer calar, mas ela poderia nem querer saber e abrir a boca na mesma. Decidiram aguardar os próximos acontecimentos, depois do fim-de-semana.

------Trecho escrito por Paula Costa em 19.10.2007 --------(continua)----------

terça-feira, 16 de outubro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 14)

Madalena tinha escutado toda a conversa e ficou muito apreensiva colocando a cabeça a funcionar para se recordar de onde conhecia Joana. Perguntou a Tiago o que ela fazia, onde trabalhava e fez-se luz, pois Joana trabalhava na empresa do marido. Lembrou-se de a ver em sua casa umas duas vezes quando seu marido ia de partida para o estrangeiro e levava sempre com ele uma secretária particular. Escolhia-as a dedo, todas eram muito bem parecidas, bonitas e elegantes. Madalena sempre desconfiou que aquelas acompanhantes não seriam somente secretárias, mas nunca aprofundou o assunto porque não tinha interesse nas manobras que o marido fazia fora de casa, dado que não lhe faltava nada, tinha uma vida descomplicada e com bastante liberdade para fazer o que bem lhe apetecesse. Se começasse a fazer perguntas e a discutir o assunto ainda poderia pôr tudo a perder e vir a ficar sem aquela vida luxuosa de que muito gostava. Então seu marido tinha os seus flirts e ela os seus. Só não admitiam saber das coisas, tinha de ser tudo na mais alta discrição.
Depois desta lembrança, Madalena ficou assustada, tinha receio que Joana viesse a contar ao seu marido e não queria que as coisas fossem descobertas dessa maneira, preferia que ele quando soubesse fosse por ela mesma e com uma conversa amena e sem conflitos.
Tiago também ficou preocupado, pois sabia como era Joana e com os ciúmes que tinha dele de certeza que não ia fica calada. Ela foi lá a casa propositadamente para lançar o seu veneno. Tinham ambos de pensar o que fazer naquela situação.
- Acho que está na hora de contares tudo ao teu marido Madalena, antes que ela corra a fazê-lo. Digo-te já que Joana é possessiva e o fará de certeza, mas acho que ganhamos um pouco de tempo e fiz bem em mandá-la embora. Ela antes de contar ainda vai voltar à carga comigo e dizer ao que veio e de certeza lançar a sua chantagem. O que propões?
- Eu não sei, mas depois disto só me apetece matá-la! – e viu-se pelo olhar dela de que estava mesmo a falar o que sentia e queria fazer, estava deveras aflita.
- És doida? Isso é crime e ainda eras descoberta.
- Tenho meios de o poder fazer e de que ninguém descubra, o dinheiro serve para isso mesmo.
Tiago ficou muito assustado com a maneira tão fria e calculista de Madalena resolver o problema e não acreditava que era a mesma pessoa meiga, suave, delicada, que conhecera.
Não sabia como agir mas pediu-lhe tempo para pensar no assunto e sem precipitações. Até Joana voltar a procurá-lo tinham tempo de pensar em algo menos perigoso e sem ninguém sair magoado.

------Trecho escrito por Paula Costa em 16.10.2007 --------(continua)----------

terça-feira, 9 de outubro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 13)

Tiago reparou que até Madalena não deixara de observar Joana, parece que ambas se faiscavam com o olhar e as suas feições estavam carregadas de ciúmes.
Incomodados por se sentirem sempre na mira de Joana, mal terminaram a sobremesa e os cafés, pediram logo a conta e não permaneceram mais no restaurante, nem para continuar a conversa naquele local que lhes parecia muito agradável para ficar mais um pouco.
- Vamos beber um copo a outro lado? – perguntou Tiago.
- Vamos sim, acho que estaremos melhor onde ninguém nos conhece, pois a tua amiga não tira os olhos de nós – disse meia irritada.
Deslocaram-se até um bar, saborearam uns digestivos e Tiago tentou desviar os seus pensamentos do acontecido mas Madalena quis saber a sua história com Joana. Então ele contou-lhe que tivera um relacionamento problemático e que Joana era muito ciumenta. Tinha durado cerca de um ano e terminado há cerca de 3 meses, mas viu-se aflito para se ver livre dela porque nunca quis aceitar a separação.
- E agora ela já aceita? – perguntou Madalena.
- Bem, de vez enquanto ainda me telefona a forçar um encontro mas eu cortei radicalmente não alimentando nenhuma esperança, porque ela era demasiado dominadora e não admitia que me aproximasse de nenhuma mulher e na minha profissão não me posso dar ao luxo de lhe fazer todas as vontades. Lido todos os dias com imensas mulheres e algumas até as tenho de chefiar.
- Eu não sei porquê mas já vi a cara da tua amiga em qualquer lado, não me é nada estranha e senti que ela também me reconheceu, por isso fiquei mais apreensiva, compreendes porquê não é Tiago, não me posso expor assim, o meu marido não pode saber disto, pelo menos para já.
- Não te preocupes, deve ser só impressão, vamos esquecer por agora este assunto? Quero-te tão bem disposta como estavas antes, pode ser? Dás-me um beijo?
E dali para a frente tentaram mesmo abstraírem-se e entregarem-se ao momento, bebendo mais uns copos, ficando cada vez mais alegres. Não durou muito tempo para que se deslocassem para casa de Tiago, pois já não aguentavam mais sem se poderem amar e concretizar o mais esperado daquele encontro.
Fizeram amor pela noite dentro. Madalena não voltou para casa porque o seu marido continuava no estrangeiro e não teve coragem de a altas horas da madrugada regressar. Já a Tiago esperava-lhe mais um dia de trabalho e não sabia como iria conseguir aguentar sem ter descansado quase nada, mas pelo prazer conseguia esquecer tudo e as coisas se resolveriam depois.
Durante toda a semana encontraram-se depois do trabalho de Tiago, cada vez se gostavam mais e não queriam passar um dia um sem o outro. Madalena não ficou a dormir todos os dias em sua casa, porque sabia que Tiago andava super cansado e sem descansar quase nada, mas quando ele insistia permanecia por lá. O seu marido só voltava de viagem na semana seguinte e ela aproveitava a sua ausência.
Chegou finalmente sexta-feira e Madalena voltou a lá pernoitar dado que no dia seguinte Tiago já não tinha que ir trabalhar. Tinha sido uma semana louca de amor e nem pensavam nos problemas que poderiam aparecer mantendo aquela relação ainda escondida de todos.
Eram cerca das 11h de sábado quando tocam à porta. Tiago estranhou o toque àquela hora porque não esperava ninguém. Deixou Madalena na cama e foi abrir, pedindo-lhe que aguardasse. Surpreendeu-se com a presença de Joana.
- Joana? Que fazes aqui? – perguntou-lhe irritado.
- Calma, somos amigos ou não? Não posso vir à tua casa?
- Claro que podes, mas agradecia que me avisasses antes!
- Desculpa, pensei que não fosse preciso … mas, incomodo agora? Não posso entrar? – disse em tom meio irónico.
- Neste momento não te posso atender, preferia que voltasses outro dia.
- Já vi que não estás sozinho, estás com a tua amiga Madalena do outro dia?
- Isso já não te diz respeito, queres fazer o favor de te ires embora? Ligas e falamos outro dia, agora é impossível.
- És mesmo desagradável e nada educado, vim aqui de propósito falar-te sobre a tua amiga e tu mandas-me embora.
Tiago ficou com a pulga atrás da orelha em saber o que ela tinha a dizer mas manteve a sua palavra e mandou-a embora, também porque sabia que Madalena poderia estar a escutar, pois o quarto ficava bem perto da porta de entrada.

------Trecho escrito por Paula Costa em 09.10.2007 --------(continua)----------

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 12)

Tinham acabado estas mini férias de Tiago e estava na hora de voltar ao trabalho. O descanso total que tinha planeado inicialmente tinha saído furado, nunca pensou que outros acontecimentos se iriam passar, mas não estava descontente, antes pelo contrário, tinha conhecido Madalena e não se arrependia de nada, foi uma semana louca de paixão.
Era Arquitecto numa empresa de Construção Civil e tinha um alto cargo, comandando um pequeno grupo de outros Arquitectos e Engenheiros, pelo que era um serviço com muita responsabilidade de que não se podia descurar para que tudo saísse na perfeição.
Este primeiro dia estava a ser terrível, muita coisa para despachar que ficou pendente toda a semana e caía agora nas suas costas. Nunca mais chegava o final do expediente para poder sair dali e ir ver a sua amada, como tinha ficado combinado no dia anterior quando lhe ligou a dizer que tinha chegado a casa. Ficaram de se encontrar no final da tarde, depois que ele saísse do trabalho, junto ao Castelo do Queijo na Foz para de seguida irem jantar.
Finalmente aquele dia de trabalho terminou, estava deveras desgastado, mas só em pensar no encontro que iria ter, reavia todas as forças e o cansaço ficava de lado, apressando-se para ir a casa rapidamente, tomar um duche, mudar de roupa e voar até ao Porto ao encontro da sua Madalena.
Tiago foi recebido como se não se vissem há imenso tempo, embora tivessem se separado só no dia anterior. Mas aquele afastamento depois daquela semana quase sempre juntos, conseguiu enchê-los de saudades em tão pouco tempo. Pareciam dois miúdos apaixonados e quando se viram juntos de novo não paravam de se abraçar e beijar pronunciando palavras românticas um ao outro.
Mais calmos deste reencontro inicial, dirigiram-se para um restaurante em Leça da Palmeira com vista para o mar, escolhendo uma mesa bem perto da janela para desfrutarem daquela vista maravilhosa.
Conversaram amiúde do dia que passaram, o que fizeram, etc., até tocarem no assunto do que iriam fazer futuramente com o que estava a acontecer entre eles. Queriam poder levar aquele envolvimento sem medos de serem vistos e de alguém vir a se magoar.
- Vamos ter calma Tiago, tudo isto é muito recente e tenho de ver a melhor maneira de poder mudar a minha vida, tudo me custou imenso a conquistar, adoro tudo o que tenho e não quero sair disto com uma mão à frente e atrás. Se me divorciar do meu marido perco tudo o que tenho.
- Tudo bem, mas eu tenho um bom cargo, não tenhas receio por isso, pode não ser igual ao que estás habituada mas acho que o nosso amor é fundamental, não é assim?
Estavam ambos tão concentrados naquela conversa que nem se apercebiam de quem mais jantava naquela sala. Sem contar Tiago foi surpreendentemente abordado na sua mesa por uma mulher que Madalena desconhecia.
- Boa noite Tiago, é uma surpresa encontrar-te aqui! – e dirigiu um olhar curioso à sua companheira, estudando-a de alto a baixo.
Tiago ficou atrapalhado com aquela aparição mas conseguiu disfarçar rapidamente, cumprimentando-a cortesmente.
- Olá Joana, como vais? Realmente é surpreendente encontramo-nos ambos no mesmo restaurante – e educadamente apresentou a sua companhia – esta é a Madalena!
Cumprimentaram educadamente mas mirando-se sempre com alguma curiosidade. Eram ambas mulheres muito bonitas e espampanantes. Findo este pequeno acontecimento, Joana despediu-se, esboçando um sorriso amarelo, e dirigiu-se à sua mesa, dado que também estava acompanhada por outros casais.
Notava-se que Madalena estava apreensiva em saber que tipo de relacionamento havia ou teria havido entre eles e esperou que Tiago tomasse a iniciativa em lhe contar, olhando-o curiosa.
- A Joana é a minha ex-namorada, mas já não existe nada entre nós há algum tempo.
Madalena aceitou a sua explicação mas a partir dali aquele jantar ficou mais frio, sentiam-se sempre observados e um mal-estar apoderou-se daquela mesa até se irem embora.

------Trecho escrito por Paula Costa em 08.10.2007 --------(continua)----------