domingo, 26 de outubro de 2008

Conto 4 - "Um Conto Rimado" - Parte 3


Ao chegar a casa teve discussão,
Já era de prever dada a hora tardia,
Disfarçou inventando uma situação,
Que seu carro tivera uma anomalia.

A esposa ficou muito desconfiada,
Já não acreditava no seu marido,
O que a deixava mais indignada,
Era o seu ar de comprometido.

Chorou baixinho desesperada,
Seu casamento não tinha remédio,
A separação parecia esperada,
Até quando aguentaria esse tédio?

Sabia que seu filho é que o prendia,
E era nele que tentava se segurar,
Andava a ver se um milagre surgia,
Mas sem esperança de o voltar a amar.

Já não tinha soluções para o agradar,
Pois nem ela já sentia essa vontade,
A monotonia acabou por degradar,
O amor inicial e até a sua amizade.

Teria de esperar por melhores dias,
Quem sabe as coisas podiam mudar,
Já nada lhe trazia grandes alegrias,
Mas queria ter esperança e sonhar.

Há meses que já não se tocavam,
Ainda dormiam juntos por imposição,
Estava certo que já não se amavam,
Um dia terminaria esta situação.

Não faziam programas aos pares,
Tentando não demonstrar a ninguém,
Nem ao filho, nem aos seus familiares,
É assim que o casamento ainda se mantém.

Paula Costa - 26.10.2008...(continua....)

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