
Incomodados por se sentirem sempre na mira de Joana, mal terminaram a sobremesa e os cafés, pediram logo a conta e não permaneceram mais no restaurante, nem para continuar a conversa naquele local que lhes parecia muito agradável para ficar mais um pouco.
- Vamos beber um copo a outro lado? – perguntou Tiago.
- Vamos sim, acho que estaremos melhor onde ninguém nos conhece, pois a tua amiga não tira os olhos de nós – disse meia irritada.
Deslocaram-se até um bar, saborearam uns digestivos e Tiago tentou desviar os seus pensamentos do acontecido mas Madalena quis saber a sua história com Joana. Então ele contou-lhe que tivera um relacionamento problemático e que Joana era muito ciumenta. Tinha durado cerca de um ano e terminado há cerca de 3 meses, mas viu-se aflito para se ver livre dela porque nunca quis aceitar a separação.
- E agora ela já aceita? – perguntou Madalena.
- Bem, de vez enquanto ainda me telefona a forçar um encontro mas eu cortei radicalmente não alimentando nenhuma esperança, porque ela era demasiado dominadora e não admitia que me aproximasse de nenhuma mulher e na minha profissão não me posso dar ao luxo de lhe fazer todas as vontades. Lido todos os dias com imensas mulheres e algumas até as tenho de chefiar.
- Eu não sei porquê mas já vi a cara da tua amiga em qualquer lado, não me é nada estranha e senti que ela também me reconheceu, por isso fiquei mais apreensiva, compreendes porquê não é Tiago, não me posso expor assim, o meu marido não pode saber disto, pelo menos para já.
- Não te preocupes, deve ser só impressão, vamos esquecer por agora este assunto? Quero-te tão bem disposta como estavas antes, pode ser? Dás-me um beijo?
E dali para a frente tentaram mesmo abstraírem-se e entregarem-se ao momento, bebendo mais uns copos, ficando cada vez mais alegres. Não durou muito tempo para que se deslocassem para casa de Tiago, pois já não aguentavam mais sem se poderem amar e concretizar o mais esperado daquele encontro.
Fizeram amor pela noite dentro. Madalena não voltou para casa porque o seu marido continuava no estrangeiro e não teve coragem de a altas horas da madrugada regressar. Já a Tiago esperava-lhe mais um dia de trabalho e não sabia como iria conseguir aguentar sem ter descansado quase nada, mas pelo prazer conseguia esquecer tudo e as coisas se resolveriam depois.
Durante toda a semana encontraram-se depois do trabalho de Tiago, cada vez se gostavam mais e não queriam passar um dia um sem o outro. Madalena não ficou a dormir todos os dias em sua casa, porque sabia que Tiago andava super cansado e sem descansar quase nada, mas quando ele insistia permanecia por lá. O seu marido só voltava de viagem na semana seguinte e ela aproveitava a sua ausência.
Chegou finalmente sexta-feira e Madalena voltou a lá pernoitar dado que no dia seguinte Tiago já não tinha que ir trabalhar. Tinha sido uma semana louca de amor e nem pensavam nos problemas que poderiam aparecer mantendo aquela relação ainda escondida de todos.
Eram cerca das 11h de sábado quando tocam à porta. Tiago estranhou o toque àquela hora porque não esperava ninguém. Deixou Madalena na cama e foi abrir, pedindo-lhe que aguardasse. Surpreendeu-se com a presença de Joana.
- Joana? Que fazes aqui? – perguntou-lhe irritado.
- Calma, somos amigos ou não? Não posso vir à tua casa?
- Claro que podes, mas agradecia que me avisasses antes!
- Desculpa, pensei que não fosse preciso … mas, incomodo agora? Não posso entrar? – disse em tom meio irónico.
- Neste momento não te posso atender, preferia que voltasses outro dia.
- Já vi que não estás sozinho, estás com a tua amiga Madalena do outro dia?
- Isso já não te diz respeito, queres fazer o favor de te ires embora? Ligas e falamos outro dia, agora é impossível.
- És mesmo desagradável e nada educado, vim aqui de propósito falar-te sobre a tua amiga e tu mandas-me embora.
Tiago ficou com a pulga atrás da orelha em saber o que ela tinha a dizer mas manteve a sua palavra e mandou-a embora, também porque sabia que Madalena poderia estar a escutar, pois o quarto ficava bem perto da porta de entrada.
------Trecho escrito por Paula Costa em 09.10.2007 --------(continua)----------
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