segunda-feira, 28 de abril de 2008

Conto 3: "Traição" - Parte 9

Depois daquele dia Manuel não teve mais entraves no que respeita à sua sexualidade e ficou mais liberto na sua maneira de pensar, embora não quisesse nenhum compromisso sério com nenhuma rapariga depois do desgosto com a sua primeira namorada.
A vida académica ensinou-o a levar a vida com descontracção e a convivência com os seus colegas fez com que aprendesse a ser de outra forma.
Queria terminar o seu curso mas nas horas vagas também queria divertir-se sempre que pudesse e mulheres não lhe faltavam, dado a sua aparência física ser bastante boa e agora que sabia vestir-se melhor, era muito bem visto pela classe feminina, que o disputavam, mas nenhuma conseguiu até agora que Manuel a namorasse seriamente.
Passaram-se alguns meses e sentiu a necessidade de ter mais dinheiro, pois as despesas eram muitas e como deixou de trabalhar as suas economias já de pouco lhe valiam e não podia estar sempre a cargo dos seus pais. Então, como tinha pensado inicialmente, conseguiu arranjar um partime num bar e trabalhava à noite servindo às mesas, com o acordo do seu patrão de que quando fosse preciso faltar por causa dos exames teria sempre autorização.
Rapidamente se passaram 5 anos e Manuel conseguiu terminar o seu curso de Medicina com distinção. Foi-lhe atribuído um estágio no Hospital de S. João do Porto na área de Pediatria, que foi a especialidade que tinha escolhido, dado que sempre adorou lidar com crianças.
Agora já não necessitava de trabalhar à noite porque já obtinha um bom salário como Médico Pediatra.
Foi sempre muito bem sucedido em tudo e depressa se tornou um médico com valor e bastante solicitado por todos o que começaram a conhecê-lo e apreciavam o seu atendimento.
Com o passar do tempo comprou o seu próprio apartamento e as visitas à sua aldeia começaram a escassear e eram mais os seus pais que o iam visitar ao Porto do que ao contrário. Tinha trocado de vez a aldeia pela cidade e fez o convite aos pais para se mudarem também para lá mas as raízes eram mais fortes e nunca o quiseram tendo recusado, quando lhes fosse oportuno visitar-se-iam mutuamente.
A vida corria-lhe às mil maravilhas e decidiu montar o seu próprio consultório, embora continuasse a dar consultas no hospital.
Depressa se tornou num homem muito distinto, a única coisa que nunca conseguiu remediar foi a sua vida amorosa, ficou-lhe marcada a sua primeira experiência, nunca conseguiu amar mais ninguém como aconteceu com a sua Gabriela e foi sempre muito desconfiado com todas as mulheres que por ele passavam.

---Trecho escrito por Paula Costa --- 28.04.2008 ----- (continua)

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