terça-feira, 21 de agosto de 2007

2º Conto - "Encontro Ocasional" (Parte 2)

Chegaram rapidamente à Vila e Madalena deu indicações a Tiago onde ficava a sua casa para que a deixasse lá ficar. Passava das 21h, já era noite e ainda para mais numa sexta-feira, não seria possível aquela hora encontrar um mecânico que lhe fosse resolver o problema do seu carro e como teve boleia até casa não se preocupou mais em pedir a Assistência em Viagem, decidindo deixar essa tarefa para o dia seguinte de manhã. Tiago ainda lhe ofereceu o telemóvel para ela ligar a quem quisesse mas não foi necessário dado que tinha chegado a casa e o poderia fazer dali. Madalena sentiu-se na obrigação de retribuir aquele gesto e toda a simpatia que teve para com ela e convidou Tiago a jantar em sua casa, pois ele tinha perdido muito tempo e ainda teria de ir à procura de um restaurante. Tiago não resistiu e não recusou, agradecendo a amabilidade, embora meio constrangido porque não tinha nenhuma intimidade com Madalena para entrar em sua casa e sentir-se à vontade com tão linda mulher.
Mal se aproximaram da casa, Madalena indicou um portão enorme e accionou o comando que se abriu para que entrassem. De fora não se conseguia ver a casa e quando começaram a percorrer o pequeno caminho do portão até à propriedade é que Tiago descobriu que se tratava duma grande quinta cheia de arvoredo e muito bem cuidada. Ficou boquiaberto com aquela surpresa, a sua mais recente “amiga” era dona duma bela mansão e notava-se que era cheia de posses.
Madalena vendo o ar meio constrangido de Tiago, reparou que provavelmente ele teria receio de encontrar mais alguém dentro daquela casa e descansou-o dizendo:
- Não fique aflito porque além dos criados, não está cá mais ninguém, fique à vontade e sinta-se em sua casa.
Tiago disfarçou o seu nervosismo e respondeu descontraidamente:
- Obrigada Madalena, não precisava era dar trabalho e depressa encontrava um local onde jantar, até já tinha indicações dum belo restaurante que me informou um amigo. Tem aqui uma bela casa, surpreendeu-me mesmo.
- É linda sim e não dá trabalho nenhum, já me esperavam para jantar e sobra sempre imensa comida. Será um enorme prazer poder-lhe agradecer o que fez por mim e ainda por cima oferece-me a sua companhia dado que iria jantar sozinha, coisa que eu detesto.
- Desculpe a pergunta, mas a Madalena não é casada? – saiu-lhe de rajada sem pensar mas a curiosidade foi maior.
- Sou sim mas meu marido é um grande empresário e praticamente passa os dias fora do país, pouca companhia me faz e por isso fiquei super feliz de ao menos hoje ter alguém que me acompanhe no jantar, simpatizei imenso consigo e depois do trabalho que lhe dei acho que merece – e acompanhou com um sorriso que o deixou embevecido.
Estacionou o seu Mercedes na garagem que lhe indicou Madalena e entraram na mansão.
Foram recebidos pelo mordomo que se apoderou logo das malas da sua patroa, como era de sua tarefa, e lhe deu as boas vindas. Madalena encaminhou o seu convidado, mostrando-lhe alguns aposentos da casa até chegarem à sala de jantar, que já estava preparada para a receber, e deu ordens à sua empregada Camila para colocar mais um prato na mesa, que tinha um convidado naquela noite.
Se já estava surpreendido antes ao aproximar-se da propriedade, agora que entrou naquele palacete, Tiago estava pasmado, era tudo dum apuradíssimo gosto, as divisões enormes decoradas a preceito, peças valiosíssimas, nunca tinha entrado numa casa assim.
E lá se sentaram à mesa apreciando o requinte daquele jantar inesperado a dois.

------Trecho escrito por Paula Costa em 21.08.2007 --------(continua)----------

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