sexta-feira, 6 de julho de 2007

1º Conto - "Sandra e Carlos" (Parte 2)

Rapidamente chegou a hora do encontro e tanto Sandra como o Dr. Carlos Costa apareceram no restaurante quase em simultâneo. Quando se avistaram, saíram ambos dos seus carros e foram ao encontro um do outro.
Os seus olhares cruzaram-se e notou-se uma reciprocidade entre eles, pois um sorriso, como que de admiração, surgiu das suas bocas, dado ambos se terem esmerado em se apresentar bem para este jantar.
Sandra trazia vestido um tailleur preto bem justo ao corpo, a saia bem travada e acima do joelho, com uma pequena racha. Acompanhava com uma camisa branca, bem decotada que lhe realçava o peito. O sapato de salto alto dava-lhe uma elegância tremenda e a tornava numa mulher de sonho aos olhares de qualquer homem.
Carlos também não lhe ficava atrás, com um fato azul-escuro de bom corte, gravata a condizer e camisa azul clara, fazia um par perfeito junto dela.
- Boa noite Dr., vamos então? – disse Sandra esboçando um sorriso.
- Muito boa noite, vamos lá então. – e abriu a porta do restaurante dando prioridade à entrada dela, cortesmente.
O restaurante que Carlos tinha escolhido e solicitado a Sandra era muito distinto e conhecido na zona e onde grandes individualidades se deslocavam para seu belo proveito.
Dirigiram-se ao empregado para que lhes fossem destinada uma mesa e dado haver algumas disponíveis, preferiram escolher uma mais reservada para que fosse possível ter uma conversa mais privada.
Depois de observarem o menu preferiram pedir ao empregado que lhes sugerissem o que havia de melhor naquela altura, ao que lhes foi indicado um delicioso arroz de marisco. O vinho para acompanhar seria também do melhor.
Deliciaram-se com o requinte daquele jantar, conversando sobre o assunto que lhes trazia ali e combinaram amiúde o que fazer naquela noite quando se dirigissem para casa dela.
- Então – disse Carlos – acho melhor acompanhar a Sandra até sua casa e subir consigo, senão penso que a história se repetirá, porque se há alguém a espiá-la quando entra, se vê que entra sozinha vai ligar-lhe de novo com os tais gemidos.
- Não tem problema Dr., eu quero é resolver este martírio, já nem consigo dormir direito a pensar neste problema.
- Fica combinado, subimos, esperamos e vemos o que acontece. Porque se entrarmos e não houver ligações é porque alguém está mesmo à espreita quando entra e se nos viu entrar vai ficar intimidado(a).
Seguidamente passaram à sobremesa e foi-lhes sugestionado o doce da casa, que era um dos atractivos do restaurante. Confeccionado com leite condensado e bolacha demolhada em café, faziam contrastar o doce e amargo, servido bem gelado.
- Muito bom, este restaurante é uma delicia, não conhecia, ainda bem que o indicou – disse Sandra.
- É mesmo, venho aqui inúmeras vezes em almoços ou jantares de trabalho, nunca fiquei decepcionado, temos sempre a sugestão do chefe e somos servidos com muita classe.
- Bem, só falta o café, pelos menos para mim, não sei se o Dr. também toma?
- Claro que sim e acompanho com um Logan, não sei se também quer algum digestivo?
- Obrigada, mas para mim é só mesmo o café, já me basta fazer excessos noutras ocasiões.
Terminado o jantar Sandra preparava-se para pagar, como tinha dito anteriormente e que seria com essa condição, mas Carlos disse-lhe para guardar o dinheiro porque tinha conta aberta nesse restaurante, que era sempre frequentado por ele para negócios.
- Oh Dr., assim não vale, eu tinha-me comprometido e afinal sou eu a interessada e que o contratei para que tratasse do meu caso.
- Não se incomode, tudo isto faz parte do negócio – disse dando uma gargalhada.
Saíram do restaurante e prepararam-se para pôr em prática os seus planos. Ele deveria segui-la até casa dela no seu carro, dado não saber onde ficava e depois de estacionarem no local em que Sandra costumava ficar, seguiriam a pé descontraidamente até casa dela.

------trecho escrito por Paula Costa ------ (continua) ---------

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