sábado, 14 de julho de 2007

1º Conto - "Sandra e Carlos" (Parte 6)

Entraram e Sandra colocou Carlos à vontade e ele não se fez rogado. Despiu o seu casaco e ficou só em mangas de camisa e disse à sua anfitriã que para estar melhor também iria tirar a gravata. Ela sorriu e disse-lhe que fazia muito bem, não era de cerimónias e em sua casa só estava ela. Serviu-lhe um digestivo antes do jantar, um Martini com limão, e deixou-o na sala para ir buscar o jantar à cozinha.
- Que belo aspecto tem este bacalhau e cheira muito bem! – disse Carlos.
- Espero que goste, estive a cozinhá-lo antes de o ir buscar.
- Parece que adivinhou Sandra, é um dos meus pratos favoritos.
- Fico muito contente, estava meia receosa se seria do seu agrado e não me lembrei de lhe perguntar antes o que mais gostava de comer.
E jantaram muito bem dispostos, conversando sobre o assunto que lhes trazia ali e se haveria telefonemas ou não nessa noite e que planos se seguiriam. Para Sandra nada disso lhe interessava, dava-lhe conversa mas estava era predisposta a poder conquistá-lo e foi para isso se deu a esse trabalho todo.
Terminado o jantar, passaram para o sofá e Sandra serviu os cafés e whisky, pois já tinha notado na ultima vez que jantaram, que era o que Carlos bebia de seguida.
- Parece que nos viram entrar Sandra, afinal ninguém telefona.
- Tem razão, não vai ser assim que desvendamos o mistério, quem será o anormal que me faz isto, que irritante!
- Calma, um dia isso resolvesse, confie em mim! – e olhou-a como que a estudá-la.
Ela sentiu-se estremecer, pressentindo uma inquietação quando aquele olhar lhe pesou na consciência. Será que Carlos poderia descobrir as suas intenções? Mas abstraiu-se disso e continuou a sua conquista.
Falaram sobre as suas vidas, enquanto esperavam o que não iria acontecer – o tal telefonema. Acompanhavam com mais bebida e cada vez estavam mais soltos. Sandra foi colocar musica no seu leitor de CDs e mais descontraída pediu a Carlos para dançar com ela. Ele acedeu pedindo-lhe que o ensinasse dado que não era muito bom dançarino. Ela o agarrou e quando se sentiram colados o clima aqueceu – ouviam a sua respiração cada vez mais ofegante e silenciosos sentiam a musica e o calor dos corpos. Os seus rostos já roçavam um no outro e suas mãos já não estavam quietas, passarinhando como leves massagens sensuais. E o que já era previsível aconteceu, Sandra deslizou pelo rosto de Carlos e o beijou sendo correspondida calorosamente.
As pretensões de Sandra fizeram efeito e os seus planos correram consoante o que previu e fizeram amor toda a noite, esquecendo todo o esquema que ali trazia Carlos inicialmente. Extasiados, já de madrugada, conseguiram finalmente dormir nos braços um do outro.

------trecho escrito por Paula Costa em 14.07.2007------ (continua) ----------

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